Espero que ele compreenda que isto se trata de um elogio. Digo isto pois ambos são contadores de histórias, o meu avô antes de ser meu avô, o JP antes de ser músico. E como contadores de histórias conseguem prender a atenção de todos aqueles que gostam de uma boa história, seja à volta de uma lareira antiga, no caso do meu avô, seja à volta de um palco espartanamente iluminado, no caso do JP. Bastava ver o público, sentado à volta das mesas, a chegar-se à frente para ouvir melhor as histórias de JP e a doçura com que ele debitava cada palavra cujo som parecia vir de tempos imemoriais, facto beneficiado pela estrutura (quase) a solo do concerto.
Ok, se calhar estou a romancear demasiado a coisa e daqui a bocadinho já pareço um artigo do jornal de negócios (privada, eu sei). Bom, digo apenas que o concerto foi bonito, íntimo e de amigos para amigos, mesmo aqueles que são desconhecidos ou estavam ali pela primeira vez. Foram bonitas as cumplicidades entre músicos e entre JP e o público presente. E as histórias de imigração, provas de poder perante a amada, prostituição, conjûges de mãos dadas com dores... de testa, acompanhadas apenas de guitarra acústica, piano e flauta, são realmente deliciosas e por isso valeu mesmo a pena estar ontem à noite, naquele jardim de inverno (estaríam a pensar em ti, Gi?). A repetir.
2 comentários:
"Quero que saibas que cago no amor"
Xi.
É isso mesmo, RC.
E fiquei hoje a saber que vou poder ouvir, em disco, os meus aplausos a este trovador (nada) entrevado.
Beijos.
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