sexta-feira, julho 04, 2008

Na terra de gelo - dia 1

Chegada ao aeroporto de Keflavík. Às cinco horas da tarde locais (menos uma hora que em Portugal). Não há vivalma. Quase tudo fechado. O guichet de câmbios, o café, quase tudo fechado. E nem sinal do nosso carro alugado. Telefonema rápido para a agência de aluguer, o nosso voo atrasou-se, não esperaram por nós mas já estão a caminho. Levam-nos numa coisa aparentada de SUV até à agência para tratar da papelada. Algures lá atrás há um compatriota nosso responsável pela lavagem dos carros, acabamos por não nos cruzar. Quarenta e tal quilómetros até Reykjavík, a capital, e nesses quilómetros de asfalto a paisagem muda tantas vezes que me pergunto se ainda estamos no mesmo país.


Descobrimos a guesthouse onde vamos ficar e onde conhecemos o Jón, simpático islandês que me faz lembrar o Prof. Pardal das histórias da Disney. Demoramos o tempo de largar as malas e de nos habituarmos a tirar os sapatos à entrada, o que no meu caso é um flashback dos tempos de Coreia. Andamos pelo centro da cidade. Muitas lojas de souvenirs, restaurantes, bares e esplanadas. E está muito menos frio do que esperávamos. Vemos a Hallgrímskirkja, a principal igreja de Reykjavík e ponto mais alto da cidade. Muitos andaimes, as fotos ficam horríveis. Damos mais umas voltas pela cidade até chegarmos à Ráðhús, a câmara municipal.


Apercebemo-nos que já demos a volta ao centro da cidade, em pouco menos de duas horas. E também nos apercebemos que em breve os restaurantes vão fechar. Depois do choque de ver os preços dos pratos, lá acabamos por ficar num sítio muito design-challenged, onde se ouvem sons demasiado equatoriais, que me recordam algumas festas demasiado alcoolizadas na minha antiga faculdade.


Mais umas voltas a pé e acabamos por ficar numa esplanada na praça central, a apreciar a cevada local de seu nome Viking. As horas vão passando e a meia-noite chega. E o sol continua no céu, a brilhar, a troçar de nós que ansiávamos pela noite. É hora de voltar à guesthouse (não há cortinados ou persianas dignas desse nome) e tentar dormir alguma coisa. Amanhã começa a nossa volta à ilha.


3 comentários:

Hortelã Pimenta disse...

Morten Ramsland descreve o sol da meia noite como "uma pérola pálida no céu"...
:-)

José Raposo disse...

Que unter den linden... :)Isso tudo com 4m de neve e com seis meses de noite deve ficar muito melhor :)

Nuno Guronsan disse...

Apenas vos posso dizer que não ter noite durante uma semana foi algo estranho. Especialmente porque parecia mesmo que me tinha que obrigar a dormir, quando na verdade o corpo a tal não reagia dada a luminosidade constante...

Weird...