Como, aliás, já o livro o era. Na verdade, se quisermos falar no casamento perfeito entre universos cinematográficos e literários, então um filme dos irmãos Cohen sobre um livro originalmente escrito por Cormac McCarthy deve andar lá perto. Um casamento negro, real, com a violência dos dias que vivemos sob um holofote intenso. E depois de visto, fica uma sensação de desconforto, que perdura bem depois de sairmos do cinema. Ainda não sei se gostei ou não do que vi. Ainda estou a pensar. E por isso não adianta muito falar ou escreve sobre
No Country For Old Men. É preciso vê-lo. E vai haver quem o ame e quem o deteste. Visceralmente. Se calhar era mesmo isso o que os Cohen queriam. Nos dois sentidos. Apenas digo que o Tommy Lee Jones e o Javier Bardem são dois grandes, enormes actores. E às vezes bastam pormenores pequeninos para perceber isso, sejam as rugas do rosto de Ed Tom, ou o olhar frio, vazio de Anton. E se o país não é para velhos, definitivamente também não é para heróis ou homens sem réstia de pecados. É história cinematográfica, por isso há que não a perder. E não, ainda não sei se gostei ou não. Apenas espero que o João Lopes inclua também este filme nas suas
Paisagens Americanas. Só os primeiros minutos do filme merecem isso mesmo, já para não falar de todo ele.
(Um filme com intervalo? Ora aí está algo que pensava já extinto...)
(Porque raio é que havia de haver pessoas a pensar que atender o telemóvel quando o filme já começou é uma boa ideia? E logo aos pares...)
(Tendo em conta o ritmo, qualquer dia este espaço cinzento ainda é rebaptizado de cinema cinzento.)
Sem comentários:
Enviar um comentário