quarta-feira, agosto 20, 2008

Requiem

É dificil acordar assim.
Acordar com a noticia de que uma peça tão importante da nossa infância desapareceu para sempre. De que a partir de agora acabaram-se os encontros casuais no meio da rua ou as visitas sempre recheadas de memórias lá em casa. Que as muitas fotografias onde aparecemos juntos ganham um novo e triste significado, pois passam a ser a imagem mais nítida dela, assim como todas as recordações guardadas no meu disco rígido interno. E acho que posso dizer, sem falsos moralismos, que parte da minha personalidade actual e passada também foi moldada por ela, umas vezes com disciplina, outras com carinho, sempre e sempre com amizade genuína, desinteressada. Sei que sempre quis o melhor para mim, como aliás mo disse há duas semanas atrás, na última vez que nos abraçámos. E eu também queria o melhor para ela, mesmo sabendo que a sua aura de felicidade já não era a mesma de há uns anos para cá. E mesmo sabendo que partiu deste mundo com a serenidade que merecia, a tristeza da solidão sobrepõe-se a isso e rasga o meu coração a meio quando penso nela, já com uma imensa saudade.
Obrigado por tudo, minha querida professora.
Obrigado por tudo, minha querida amiga.

2 comentários:

Anónimo disse...

'algures, brilha para sempre a chama imensa'.

um abraço fraterno, nuno.


gi.

Nuno Guronsan disse...

Obrigado, Gi.
Pelas palavras e pela presença.