(Foto de PenaBranca)
Já o António dizia, "estou bem aonde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou". E somos, muitas vezes, assim mesmo. Olhamos para o nosso "pequeno" espaço e ansiamos por estar nos antípodas. Longe de tudo o que reconhecemos como nosso e perdidos onde ninguém nos conheça. Perdidos no meio da multidão anónima. Começar do zero. Re-escrever o guião das nossas vidas. Porque nos apetece. E depois? Depois viramos a moeda e vemos o outro lado. O lado onde estamos fartos de mudanças, fartos de andar de um lado para o outro, sempre a correr, sempre com os nervos à flor da pele, sempre sem tempo. Quando a única coisa que queríamos era uma pausa, com aquela pessoa especial, naquele sítio especial, a ouvir a "nossa" música, e a beber o "nosso" copo de vinho, tudo isto a alimentar a nossa alma. Somos uns seres muito estranhos e tenho a sensação que a teoria da evolução não consegue explicar todo o intrincado labirinto que é a nossa massa cinzenta. Mas também, o que é que isso realmente me interessa? Eu, na verdade, apenas queria pegar nuns tomates maduros e arremessá-los a quem se cruzasse no meu caminho. É melhor marcar já na agenda. Para não me esquecer. Para não nos esquecermos. Tem que ser. Tem que dar. Tem que acontecer.
9 comentários:
Inconformismo... por vezes um mal menor, muitas vezes uma pedra no sapato que mói constantemente para mudarmos...mudamos e volta tudo ao mesmo... e na realidade como dizes "a única coisa que queriamos era um pausa"
beijos
Acho que no meu caso, em particular, estou a precisar de um ano sabático...
:)
Beijos de volta.
BoAS...
Nomeei-te para o prémio "blog com tomates"
abr... prof...
acertaste no alvo. sinto-me como num jogo de paintball, em que desta a municao é um tomate.
aceita este meu abraco, desta terra de ninguém, árida e pouco acolhedora.
p.
Amanhã virei cá ler-te,
hoje deixo um beijo
:)
Obrigado, Profano. Parece que os tomates andam mesmo em voga :)
Pena, gostava muito de ler um resquício directamente dessa terra de ninguém. Em alternativa, terás que me contar tudo quando voltares. Abraço.
És sempre bem-vinda, Sara. Beijos.
faz-me lembrar o filme do Elia Kazan, com o James Dean
Estás lá, Sea... Nas entrelinhas nos entendemos...
Beijos.
Este post veio de encontro a uma das ideias que ainda ontem me passava pela cabeça, ao lembrar as tristezas das nossas vidinhas sempre iguais, sempre diferentes, sempre ausentes de conteúdo - para quem procura sempre mais do que lhe é dado.
Faço-me entender?
Talvez não.
Entendo cada uma destas tuas linhas como algo que vive cá dentro, e acredita que não são as tais horas felizes que nos resgatam de toda esta maré de pensamentos menos alegres, e se calhar, arrisco a dizer, insatisfeitos... é um tema de conversa que tenho frequentemente com poucos, muito poucos, com os tais Beautiful Losers... quem? As minhas personagens tristes, todas aquelas que vivem cá dentro e respiram tristeza a rodos, não porque queira, não porque o deseje, não porque seja masoquista ou goste de cultivas a tristeza e seus quejandos... mas porque não há alternativa senão a de constatar tudo o que se passa no Mundo e o quão efémero tudo isto é...
Pudessem as minhas mãos abraçar cada partícula de pó trazida pelo vento...! Seria mais feliz....
E nada a ver com o amor, ou com a beleza, ou com um copo de vinho... tem mesmo a ver com a essência de cada um de nós....
Desculpa o comentário ser tão grande... mas é que de tudo o que tenho lido e escrito, até, este post vem de encontro a uma certa Filosofia de vida que hei-de repetir até ao fim dos meus dias...
E está muito bem escrito.
Beijos mil, Nuno
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